Segunda Crypto War: batalha ganha pelos pró-segurança
Por José Pina Miranda | 15 Outubro 2015 | 2 min. de leitura
A Administração Obama decidiu não prosseguir com a legislação que iria forçar os fabricantes de computadores e equipamentos de comunicação a adicionar backdoors aos seus produtos, para acesso por Agências Governamentais devidamente autorizadas. Essas backdoors permitiriam às Agências Governamentais aceder a todos os nossos dados sem de que tal nos apercebêssemos e sem que o comum cidadão se conseguisse defender adequadamente desses tipos de intrusão.
A Administração Obama concluiu que era melhor não seguir esse caminho, já que isso permitiria que as backdoors também acabassem por ser utilizadas por cibercriminosos, grupos terroristas e espiões estrangeiros. Adicionalmente o Governo Americano poderia abrir um precedente de que o Governo Chinês e Russo (e outros) se serviriam para também adoptarem medidas similares e obrigarem os fabricantes americanos a lhes darem acesso às backdoors. Por outro lado, os executivos das grandes empresas tecnológicas americanas (Apple, Cisco, Google, Facebook, …) também estão desejosos de garantir aos clientes estrangeiros que as Agências Americanas (e outras Agências) não têm acesso às suas comunicações, dados e vidas digitais.
Para já, o comum cidadão não fica mais vulnerável a intrusões do que aquilo que já está. Contudo este assunto não parece terminado já que o FBI defende a necessidade das backdoors desde o início dos anos 90 e não vai desistir facilmente. É muito provável que nos próximos tempos surjam cada vez mais insinuações de que a segurança forte nos dispositivos e serviços digitais é, de algum modo, responsável por acções criminosas e terroristas. A finalidade será colocar mais pressão sobre os fabricantes que levem a negociações (mais ou menos confidenciais) que permitam aos Governos (e Agências Governamentais) aceder aos dados de todos aqueles que acharem que colocam a segurança pública em causa ou que aumentam o risco para a segurança nacional.
Ou seja, esta batalha foi ganha pelos pró-segurança, mas a segunda Crypto War continua com desfecho imprevisível …
Referências: